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Moda e Sustentabilidade

by Marcela Reis
Imagem retirada do livro "Flea Market Style", de Emily Chalmer.

A moda sustentável respeita, em suas etapas, o meio ambiente e a sociedade, de modo a valorizar a pessoa envolvida na produção, e a incentivar o consumo consciente. 

O slow fashion (moda lenta) é uma alternativa para tornar a moda mais sustentável, para explicar melhor o assunto, falaremos do oposto de slow fashion, o fast fashion. Conhecido como moda rápida, o fast fashion é um modelo de produção em massa no qual os produtos são fabricados, consumidos e descartados em alta velocidade. No fast fashion o valor das peças geralmente é baixo, o que leva a qualidade a ser baixa, também. 

Nesses casos, a mão de obra é frequentemente duvidosa. Como o valor da peça é baixo, geralmente, utiliza-se mão de obra barata, com trabalhadores em condições precárias ou de escravidão. Outra característica do fast fashion é a criação de muitas coleções por ano, meses e semanas, o que acaba por incentivar o consumo desenfreado.  

O oposto de tudo isso é a moda lenta, uma alternativa para essa produção em massa. O slow fashion não segue modismos ou tendências, as peças costumam ser atemporais e resistem à passagem dos anos. A produção costuma ser local e artesanal: você sabe como tudo foi produzido e quem produziu. O slow fashion também incentiva o consumo consciente, de roupas mais resistentes e que durarão mais tempo. 

A única desvantagem do slow fashion é que esse modelo de produção não consegue competir com o fast fashion nos valores das peças: como a roupa dura mais e o trabalho é artesanal, os preços tornam-se maiores e pouco acessíveis. 

Hoje, os brechós são uma boa alternativa de consumo consciente e barato. Bastante procurados, pregam a perspectiva da moda consciente: roupas usadas e em bom estado como sinônimo de sofisticação e estilo. Peças atemporais e diversificadas fizeram com que os brechós tivessem crescimento considerável, com vendas via portais e redes sociais. 

Uma sugestão é tornar o seu armário mais sustentável: cuidar das roupas que já possui, analisar as peças que mais se identifica observando aquelas roupas que deixou de usar e que estão ocupando espaço, e pensar nas possibilidades de criar várias combinações de looks somente com as peças do seu armário. 

Outras alternativas sobre moda e sustentabilidade são a reciclagem e a mudança do material de produção. A indústria têxtil é a segunda que mais polui o meio ambiente, atrás somente do petróleo. Só no Brasil, estima-se que cerca de 175 mil toneladas de resíduos têxteis sejam descartados por ano. 

Apenas 4% do lixo gerado na indústria da moda é reciclado. Atualmente já existem pequenas empresas que trabalham na reciclagem de tecidos, ao customizar e reusar retalhos de roupas velhas e tecidos descartados pelo mundo. Para minimizar o impacto causado ao meio ambiente, algumas marcas  mudam o material de produção para tecidos naturais e biodegradáveis, como folhas de bananeira, pó de café, fibra de bambu, algas, abacaxi e outras mais conhecidas como seda, algodão orgânico e linho e inúmeros outros materiais. 

Outro ponto é o comércio justo (em inglês: Fair Trade) que procura atender tanto no processo socioeconômico como no meio ambiente. O comércio justo é uma proposta que promove o cuidado com o meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida, quando se compra um produto de comércio justo significa que ele foi produzido sem trabalho infantil, sem trabalho escravo, sem discriminação, respeitando a igualdade de gênero, condições justas de negociação, condições ideais de trabalho e promovendo a integração de quem pertence a cadeia produtiva como produtores, comerciantes e consumidores. A International Federation of Alternative Trade (Federação Internacional de Comércio Alternativo) define Comércio Justo como: “uma parceria comercial baseada em diálogo, transparência e respeito, que busca maior equidade no comércio internacional, contribuindo para o desenvolvimento sustentável por meio de melhores condições de troca e garantia dos direitos para produtores e trabalhadores à margem do mercado, principalmente no Hemisfério Sul.”

O estilo é algo que antecede a moda. Dessa maneira, fugir do consumo desenfreado e  tornar seu armário mais sustentável pode vir de pequenas atitudes do dia a dia, como: apostar em peças atemporais, preservar as roupas que já tem, atenção aos hábitos de consumo e ter em mente o que realmente precisa, evitando acumular peças que não utiliza e, por fim, fazer doações, trocas e customização. Pesquise como as marcas produzem, organize seu guarda roupa. Lembre-se: repetir roupa é chique e sustentável  coloque em prática sua criatividade.

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